Como coach e mentora, tenho atendido dezenas de profissionais neste ano, e seus principais desafios ainda estão muito relacionados a manter a produtividade do time trabalhando à distância.
Sim, fazer gestão de pessoas no home office é um obstáculo ainda distante de ser superado, muito por conta da falta de adaptação.
É que quando um profissional está trabalhando no escritório, geralmente consegue focar mais nas atividades, porque não tem todas as distrações que encontraria em casa.
Mas como a realidade para milhões de pessoas mudou definitivamente, aponto aqui 5 desafios da liderança no trabalho remoto.
1. Flexibilizar o horário de trabalho
Filhos estudando em sistema EAD, companheiro ou companheira também trabalhando, casa com pouca ou nenhuma adaptação a um ambiente de escritório, interfone/campainha que toca toda hora… todos nós já vivemos ao menos uma dessas situações no último ano.
E uma das dicas para aliviar a carga de líderes e seus colaboradores nesse contexto é flexibilizar o horário de trabalho. Por exemplo, se o filho precisa de algum apoio na atividade escolar, por que não dar um break no trabalho para conseguir dar essa atenção?!
Para as mulheres, é ainda mais intensa essa realidade. Percebo que os homens possuem menos distrações ou tarefas paralelas, enquanto as profissionais (ainda) precisam dar conta de tudo da casa.
Por que não dar um intervalo maior de horário de almoço, sabendo que existem todas essas situações de filho e casa pra cuidar? Redistribuir essa carga de forma inteligente é uma das maneiras de balancear a situação e não sobrecarregar as pessoas.
2. Construir confiança com o time
Para um gestor, é e sempre foi importante contar com uma equipe bem desenvolvida, em que ele confia. No trabalho remoto, tenho percebido o quanto essa questão ficou ainda mais visível.
No escritório, as coisas funcionam de forma um pouco diferente. As pessoas naturalmente acabam dependendo mais uma das outras, pois podem recorrer com facilidade a um colega do lado, por exemplo. De casa, todos nós precisamos ter mais autonomia do que antes.
Será que você, líder, tem uma equipe preparada para executar as atividades de forma independente e autônoma? Todas aquelas interrupções do seu time com dúvidas pequenas ou micro decisões, estão te atrapalhando?
Estes podem ser sinais de que os colaboradores não estão confiantes e maduros o suficiente para trabalhar com autonomia. Pode ser um reflexo de um time ainda muito dependente de você!
Se você se encontra neste cenário, precisa aprender a saber delegar tarefas, com características da liderança situacional. Sim, diante de um novo panorama, temos que implementar um novo modelo de gestão.
3. Valorizar o trabalho da equipe
Existem muitos profissionais que se sentiram desmotivados no home office, seja pela dificuldade de adaptação, gestão do tempo ou até mesmo falta do ambiente de escritório.
Tem gente que, digamos, sumiu desde que a pandemia começou. Pode ter certeza que o líder tem bastante peso em situações como essa, pois depende dele motivar seu time e trazer soluções para maior engajamento no dia a dia.
Então, recomendo aqui definir indicadores claros de entrega, apontamentos tangíveis, e não aquela “cartilha do home office” – se a pessoa está o dia todo sentada na frente do computador ou se responde o chat rapidamente.
Todos nós precisamos de metas. Construí-las, irá apoiar o líder a desenvolver um time que se sente, dia a dia, mais valorizado, pois os resultados, do macro ao micro, serão mensuráveis e visíveis.
4. Quebrar a rotina
Um dos perigos do home office é quando profissionais e empresas passam a operar em modo automático. É que aquela rotina da casa, junto com o trabalho remoto, muitas vezes, deixa nosso dia a dia muito engessado.
Portanto, um dos maiores desafios do líder nesse sentido é quebrar a rotina, construindo um ambiente mais leve.
Já vi empresas que estimulam bate-papos entre profissionais e seus filhos, reuniões em que as pessoas estavam trajando roupas mais despojadas e até a produção de crachás para os pets, que são muito companheiros nessas situações de trabalho remoto.
Outro recurso interessante que vi é o envio de canecas e até mesmo enxoval de bebê com o logo da empresa, especialmente para aquelas colaboradoras que acabaram de voltar da licença-maternidade.
Enfim, são várias alternativas para que as empresas possam propiciar momentos diferentes e atrativos para motivar as pessoas.
5. Criar uma relação de empatia
Tratar a equipe de forma igual é justamente respeitar as diferenças de cada indivíduo. Mas não é bem assim que acontece.
Já vi casos de líderes que fazem reunião das 11h às 13h, e parte do time acaba almoçando ali mesmo, durante o encontro, na frente do computador.
A verdade é que cada pessoa tem uma realidade diferente dentro de casa. Por exemplo, tem pessoas que precisam cozinhar no horário do almoço. Já outras, têm a possibilidade de pedir comida via delivery e resolvem esse tipo de situação com mais facilidade.
O gestor precisa entender que é necessário olhar para cada membro de sua equipe, respeitando cada momento e adaptação ao home office.
É criar uma relação de empatia e, acima de tudo, confiança.
Quer saber mais como tenho apoiado meus assessorados nesta nova adaptação?
Entre em contato e vamos trocar experiências.
Até a próxima!